Corrupção
- a saúva do século XXI
Talvez seja difícil determinar quem foi o autor da
frase: "ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil".
A saúva tanto corta folhas em árvores gigantescas,
como arbustos, ervas e gramas. Quando ela ataca, sabe ser tremendamente
eficiente.
Ela tem, também, uma fantástica capacidade de
reprodução. Uma colônia de formigas cortadeiras, a não ser que seja exterminada
pelo homem, tem longevidade indefinida, enfraquece, mas se recupera. A saúva já
não tem inimigos naturais. O tamanduá está em extinção e os tatus não vão muito
atrás.
A formiga prefere plantas enfraquecidas. O mal do
Brasil deixou de ser a saúva dos tempos do Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, para
se revelar nos furtos à fazenda pública, permitidos pelo desgoverno e pela
cumplicidade dos gestores governamentais.
No Brasil de ontem, a praga era a saúva. Hoje, é a
corrupção. O País, sob o aspecto ético, está sendo "quebrado em
pedaços".
A corrupção é crime que precisa ser punido. Ela
está presente no mundo inteiro, com maior evidência, nos países não
democráticos e do terceiro mundo.
Sacrifica a sociedade como um todo, especialmente a
camada mais pobre, que depende mais dos serviços públicos para suprir
necessidades sociais (infraestrutura, saúde, educação, previdência etc.).
Em recente pesquisa feita entre cerca de 20 mil
brasileiros, dos entrevistados, 71,97% acreditam que a corrupção aumentou muito
nos últimos cinco anos.
Igual ou pior do que o corrupto é o corruptor,
aquele que oferece presentes, dinheiro, vantagens (jatinhos para viagem), ao
corrupto, que vende a honra, mas sabe que pode "honrar o compromisso
assumido".
É isto que vemos às escancaras no Brasil. Uma
vergonha! Essas pessoas não podem ficar impunes.
A corrupção é tão eficiente quanto à saúva.
O "loteamento de cargos públicos", praga
institucionalizada no Brasil, em nome da "governabilidade", não passa
de um patético "jogo de acomodação", que tem prestado enormes
desserviços ao nosso povo e à nação.
Tal como as "plantas enfraquecidas", como
preferem as saúvas para destruí-las, a democracia do "jogo de
acomodações" torna-se presa fácil da corrupção.
Tão eficiente como a saúva, a corrupção atinge
todos os níveis de poder. Está presente no Legislativo, Executivo e Judiciário.
Antes de completar um ano de governo, a marca
deixada pela Presidente da República é a do combate "à corrupção nos mais
altos níveis de governo", mas nenhum ministro foi exonerado ou demitido.
Seis pediram para sair, acusados de corrupção!
"Lambança" e "corrupção" não
são fundamentos para a sustentabilidade governamental.
Com o devido respeito às ONGs sérias, muitas
organizações não governamentais são verdadeiras "colônias de
corrupção". Têm sido usadas para burlar o fisco e a fiscalização,
"partilhar" recursos com partidos políticos, e enganar o cidadão que
trabalha duro e sonha com uma gestão honesta para o dinheiro que recebe como
paga de seu trabalho, e compartilha com o Estado!
Se os tamanduás e os tatus estão desaparecendo e
não dão conta no combate às saúvas, a Imprensa Livre, a OAB, e algumas
Organizações da Sociedade Civil têm identificado "as colônias" de
corruptos e corruptores, que existiam e existem, e que não tínhamos
conhecimento.
Quando são eles presos pela Polícia Federal ou
Estadual, elas não os prendem por iniciativa própria, mas em cumprimento de
MANDADO JUDICIAL e, se os "solta" posteriormente, assim também agem
por ordem judicial.
Cabe, portanto, ao Poder Judiciário, observando o
direito de defesa, fazer a sua parte para que se efetive a "faxina
ética" neste País, no combate vigoroso à corrupção, até mesmo
"cortando na própria carne".
Honrado é o lixeiro que recolhe o nosso lixo
doméstico e ganha a vida com honestidade, e não muitos dos nossos
administradores públicos e privados, que absorvem e incorporam o lixo da
corrupção e se tornam arautos da moralidade pública ou empresarial.
O lixeiro é muito "mais limpo" do que o
corrupto engravatado que incorpora e absorve o lixo da falta de ética e
mergulha no lodaçal da corrupção.
Fonte: Imprensa OAB-BA
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